28.2.07

Sentimentos em cartas

Hoje, todo o dia, a mesma discussão: relações. O mesmo pensamento: Porquê?

Sei que não compreendo muita coisa. Não compreendo os círculos concêntricos que o impacto de uma pedra na água provoca. Não compreendo o facto de dar tanta importância à voz de cada pessoa. Também não compreendo a maioria dos seres humanos.

E nisto, eis que olho para ti e vejo-me. Sei que sou a pessoa com mais sorte do mundo por ter esta cumplicidade, esta entrega, este momento. Ter a certeza, a noção absoluta de que não te quero mal. De que tu não me queres mal. De que estou nua a teus olhos, pelas e perante as tuas palavras. Isso não me fere, não me enfraquece. De facto, é essa certeza que me torna forte, a par e passo.

Noutro dia falava de cartas. Cartas de amor, cartas à mão, com marcas de lágrimas e de romantismos falseados, com caligrafia desajeitada e um papel amarrotado. Sinto que as pessoas evoluíram como estas cartas. Tornaram-se electrónicas, fugazes, rápidas. Telegráficas, urbanas, realistas. Independentes, num só canal, numa só via, Maquiavéis de novos tempos.

Mas, afinal... não é o conteúdo que faz uma carta? E uma pessoa? E uma relação?

26.2.07

Momentos

Porto. 8 da noite.

A luz enfraquece, o dia cai. Nas minhas mãos, o teu toque. Na minha face, um sorriso partilhado. No meu pensamento, o dia quente, as novas descobertas, os novos objectivos. Olho a Torre dos Clérigos: O anúncio de cerveja que eu tanto abomino. Sorrio.

Nos meus ouvidos, Devotchka.

É incrível como a felicidade pode ser atingida através da harmonia de todos os sentidos.

Esta sou eu

e o meu nariz.

Com cabeleira a presa é facil / Há quem se esconda atrás dos pelos / Gosto do amor quando é difícil / De ser amada sem cabelos. //
Quero que me beijem a caveira / E o meu ossinho parietal / Que se afoguem na banheira
Pelo meu belo occipital

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