O domínio das palavras é delas próprias. Repito isto incessantemente para não me esquecer. Não sou eu que as domino. Elas ganham cor, luz, movimento e corpo. São de carne e sangue, esgotam-se nas páginas e nas bocas das pessoas. Resistem nos ouvidos e perscrutam as meninas, dos olhos e dos homens, recordando tudo aquilo que escapa ao esquecimento. Mesmo que abandones as pálpebras consegues distinguir os contornos das palavras naquele escuro que pode não ser apenas preto se fechares os olhos com força.
Queria-te escrever mas acho que te prefiro pensar. O domínio das palavras não me pertence. E para te pensar não preciso de as usar. Percebes?
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