deixei as palavras correr. Escorreram-me pelos lábios em direcção ao chão. Em queda. Curvei-me para apanhar cada letra e construí um discurso, uma história. Outra história.
Abandonei-me perto daquela árvore. Fiquei encostada nela durante muito tempo. Ouvi a pulsação, o éter da vida que tudo tem. Em harmonia, deixei o meu coração bater, antes de o espetar num ramo. Só aí fechei os olhos e respirei pela primeira vez.
deixei as palavras correr. O sangue escorreu pelos lábios em direcção a ti. Estavas de olhos fechados, ausente. Não me viste a esbracejar, a cortar o ar com gritos. Apertei-te a mão contra espinhos de rosas; apertei-te a mão contra o espigão da árvore; apertei-te a mão contra mim... e aí doeu mais. A ti.
deixei as palavras correr e agora escondo-me atrás do muro. Vejo uma flor, breve e serena, a nascer. É tímida ainda e não tem pressa de viver. Invejo-a. Sei que amanhã vou voltar aqui e vou encontrar outra mão, despida, desenquadrada deste jardim. Vai ser essa mão que vai plantar uma nova árvore para mim. Podar os ramos, escolher as sementes, levar-me ao hospital. Não vou ver luz porque não preciso. Não vou falar porque não tem sentido. Vou deixar as palavras correr, perder metade de mim, dançar contigo pela noite, roubar momentos que são meus e vou-me encontrar, mais tarde, ao virar da esquina. Quem sabe... talvez me dirija um olá. Ou, simplesmente, vou fingir que nem me vejo.
Abandonei-me perto daquela árvore. Fiquei encostada nela durante muito tempo. Ouvi a pulsação, o éter da vida que tudo tem. Em harmonia, deixei o meu coração bater, antes de o espetar num ramo. Só aí fechei os olhos e respirei pela primeira vez.
deixei as palavras correr. O sangue escorreu pelos lábios em direcção a ti. Estavas de olhos fechados, ausente. Não me viste a esbracejar, a cortar o ar com gritos. Apertei-te a mão contra espinhos de rosas; apertei-te a mão contra o espigão da árvore; apertei-te a mão contra mim... e aí doeu mais. A ti.
deixei as palavras correr e agora escondo-me atrás do muro. Vejo uma flor, breve e serena, a nascer. É tímida ainda e não tem pressa de viver. Invejo-a. Sei que amanhã vou voltar aqui e vou encontrar outra mão, despida, desenquadrada deste jardim. Vai ser essa mão que vai plantar uma nova árvore para mim. Podar os ramos, escolher as sementes, levar-me ao hospital. Não vou ver luz porque não preciso. Não vou falar porque não tem sentido. Vou deixar as palavras correr, perder metade de mim, dançar contigo pela noite, roubar momentos que são meus e vou-me encontrar, mais tarde, ao virar da esquina. Quem sabe... talvez me dirija um olá. Ou, simplesmente, vou fingir que nem me vejo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário