Sent at 12:30 PM on Friday
me: pah eu sonhei
ou hoje quando acordei
ouvi o Sócrates dizer que o Chávez tinha atirado um magalhães ao chão
e ele não se partiu?
Joana: LOL
me: e que todos os ministros tinham um magalhães
porque é um pc dos 7 aos 77?
me: porra é mesmo verdade
estou a ler no DN
“Sócrates explicou que se trata de um computador feito a pensar nas crianças, simples e resistente, e até relembrou que "o Presidente Chávez o atirou um dia ao chão e não se partiu'”
Joana: .
me: o mais incrível é que isto parecia ser ridículo o suficiente para eu ter sonhado
Sent at 12:41 PM on Friday
31.10.08
Magalhães no chat do gmail
Etiquetas: momentos
29.10.08
António Lobo Antunes fala de Arquipélago da Insónia
"Se a gente quer escrever livros a sério tem de aspirar ao silêncio
e encher os livros de silêncio."
(eu sei que hoje estou a abusar e que o blog nunca viu tanto post,
mas pronto, vale a pena)
Etiquetas: escritores, livros
Escher, "Print Gallery", 1956
Etiquetas: arte
Lykke Li & El Perro del Mar
SPLIT SERIES LYKKE LI & EL PERRO DEL MAR- DANCE DANCE DANCE
by lablogotheque
Ecos de uma Suécia que quebrou as temperaturas negativas.
(e a Lykke vem cá em Dezembro. Déjà vu ali ao lado com o Bon Iver)
Etiquetas: música
28.10.08
On the road
Etiquetas: livros
27.10.08
24.10.08
É ir e ficar lá.
Etiquetas: espectáculos, teatro
23.10.08
Pasmei
Entrevista de Stefan Petzner à rádio pública ORF
Áustria: sucessor de Haider confessa que mantinha com ele "relação que ia para além da amizade"
(...) Porém, depois do acidente de automóvel que o vitimou, foi revelado que não só o líder populista – que foi durante muitos anos a face da extrema-direita austríaca – conduzia em excesso de velocidade, como tinha níveis de álcool no sangue quatro vezes superiores ao permitido. Ficou igualmente a saber-se então que Haider tinha passado as suas últimas horas de vida num bar “gay” em Klagenfurt, capital do estado do qual era governador. Petzner indicou ainda que Claudia, mulher de Haider há 32 anos e mãe das suas duas filhas, estava a par da relação entre os dois e não se opunha a ela.
14.10.08
Deolinda
E eis que Ana Bacalhau volta para falar de tubas, luta operária e Lisboa, sempre Lisboa. São os Deolinda, com origem nos Lupanar, e futuro... será que interessa? "Vão sem mim que eu vou lá ter" gritava-se naquela tenda do Sudoeste, repleta de jovens imberbes com a puberdade a espelhar-se na cara. Ali estava a geração morangos juntamente com a rasca e com aquela outra, da Internet, unidos pelo som do Melro ou do fonfonfon. Precisamos de mais vozes assim, mais músicas assim, mais coisas que lembram saudade mas são pintadas de amarelo. Como o vestido, dela.
8.10.08
Maria José Morgado e Saldanha Sanches em entrevista na Pública do último domingo
S.S. - Não. Éramos revolucionários.
M.J.M. - Era a luta por um mundo melhor, com tudo o que isso implicava: liberdade, pluralismo…
S.S. - Mas éramos estalinistas. Com alguma crítica, mas aceitávamos o Estaline.
M.J.M. - E o Bando dos Quatro. Mas se quisermos coar isso tudo, e não é para nos safarmos, no fundo o que queríamos era o que temos hoje: liberdade.
S.S. - Não, liberdade não era um valor que nos interessasse. O que nos interessava era a justiça pura, não haver miséria… Quando deixei de acreditar naquilo, via uma pessoa a pedir na rua e ficava deprimido. Porque eu achava que tinha uma solução. Depois reparei que não havia solução nenhuma. Era uma coisa missionária, quase religiosa.
M.J.M. - Éramos muito frugais, vestíamos muito modestamente…
S.S. - Embora tomássemos banho… [gargalhada]
M.J.M. - Há coisas que nunca nos passaram. Nunca comprámos um carro. Eu não tenho carro, o meu marido não tem carro e a minha filha não tem carro.
S.S. - Também por mania, para não seguir toda a gente. Nunca foi nosso objectivo ganhar muito dinheiro. Pode haver aqui uma racionalidade burguesa: pensar na aurea mediocritas do Horácio e a partir daí estamos bem. Vejo gente a meter-se em negócios para comprar uma casa de campo gigantesca… São loucos! Vale lá a pena sujar a face, entrar em compromissos inaceitáveis, fazer coisas que devem moer lá na cabeça para comprar uma casa?
(...)
Estava psicologicamente preparada para a possibilidade de ser presa. Quando isso aconteceu, como reagiu?
M.J.M. - Fui presa por uma razão de delação. Dois estudantes, muito jovens, não resistiram à pancada e sob tortura falaram no meu nome. Não lhes levo a mal. Sou amiga deles.
S.S. - Resistiram bastante tempo.
M.J.M. - Mas depois falaram. A PIDE teve a prova de que eu fazia parte do grupo. Nessa altura já não estava em casa dos meus pais, estava na chamada clandestinidade. Tinha alugado um quarto.
Quem pagava o quarto?
M.J.M. - Eu, com o dinheiro que os meus pais me davam.
S.S. - O partido, se fosse preciso, também dava.
M.J.M. - Sim, mas era a minha mãe que me dava. Ao fim de um tempo, vinha para casa de uma reunião, de madrugada, e vi uns carros à porta. Eu vinha com uma incumbência: queriam que eu escrevesse uma coisa sobre “os novos revisionistas: cães de trela do social fascismo”! Já tinha escrito aquilo umas três ou quatro vezes e achavam sempre que estava mal. Rasgavam tudo, para que eu não pudesse aproveitar nada do que tinha feito. Vinha muito desgraçada da vida porque achava que nunca mais na vida ia ser capaz de escrever um texto que aprovassem. Cheguei a casa, bati à porta, vi a sala cheia de fumo e, quando o senhor me mostra o crachá, pensei cá para mim: “Olha que alívio, já não faço o texto sobre ‘os novos revisionistas: cães de trela do social fascismo’!”
Etiquetas: a ler
Elogio ao amor por Miguel Esteves Cardoso
Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo.
O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor éamor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como nãopode. Tanto faz. É uma questão de azar.
O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.
O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."
(in Expresso)
Etiquetas: a ler, escritores
6.10.08
À conversa com taxistas
E agora lembrei-me, por associação aos taxistas não ao conteúdo, de um post do Pedro Mexia, há uns tempos, no Estado Civil.
«Não me reconhece?», pergunta o taxista dois minutos depois de eu entrar no táxi. Não o reconheci. «Sou o taxista apaixonado», explica. Foi identificação bastante. Há uns dois anos apanhei um taxista que me contou que estava muito apaixonado e que precisava urgentemente de bibliografia. Achei graça, sugeri uns títulos e desejei boa sorte. Nessa noite, contei o episódio no blogue. O texto foi republicado no meu livro Prova de Vida, que o taxista me diz que encontrou por acaso numa livraria. Folheou-o e deu logo com a história do «taxista apaixonado». Comprou o livro. E ontem disse-me: «Mais ninguém sabe que sou eu que estou naquele texto, mas eu sei que sou eu».
Etiquetas: taxistas
2.10.08
1.10.08
Google Reader ali ->
É isto. É o primeiro post tecnológico que faço. Wow.