Nas estações de comboios corre um mundo de despedidas. Uma mão que acena, um casal que se abraça, um beijo quente ou uma face sem vida.
As estações de comboios fecham ciclos. No fim da linha há o destino. No comboio, nunca se sabe o frio que está lá fora ou o olhar que nos vai receber.
Eu passo muito tempo em estações de comboios. Habituei-me a observar correrias desenfreadas e as expressões esgotadas do princípio e do fim do dia. Continuo sem perceber o frio que está atrás da porta.
Ponho já o cachecol? Guardo as luvas?
O professor Vidinha orienta-se pelo nascimento das magnólias nos Clérigos. Sabe que quando elas florescem tem de aproveitar o tempo porque se aproxima o fim do semestre.
Eu não tenho magnólias para me dizerem que o tempo escasseia.
Hoje fechou-se um ciclo. Ressuscitei conversas envoltas numa nostalgia de dois anos e meio de faculdade.
Não queria ter de...
Queria dizer "até amanhã".
Queria que aquela folha de presenças não fosse tão amargurada.
Queria continuar... acho.
Aproxima-se o estágio.
E eu recuso-me a crescer