24.3.07

.Praga.


Vou para Praga esta madrugada. Desejo ardentemente que esteja a nevar...
mas segundo as previsões vai estar sol. Fico triste!

Até p'ra semana (:


22.3.07

Ainda do dia da Poesia

ERAS NOVO AINDA

procuro-te no meio dos papéis escritos
atirados para o fundo do armário de vidrinhos
comias uvas no meio da página

a seguir era como se fosse noite
havia olhares que se cruzavam corpos
deambulações pela praia
era noite e alguém se aproximava

eu estava passeando os dedos
pelas nódoas frescas do vinho sobre a mesa o caderno
onde de quando em quando rabiscava um rosto
e listas de nomes que não queria esquecer

paguei o pão o vinho o queijo
levantei-me
tu cortaste-me a fuga vagarosamente preparada
pediste-me um cigarro

na outra página estávamos rindo
estendidos no pobre embarcadouro de madeira
planeávamos atravessar a noite mágica do rio

a página seguinte está em branco
mas lembro-me que te agarrei a mão e disse
todos os cigarros do mundo são para ti


al berto

11.3.07

[Faixa II] O trabalho dá preguiça


nova música: Devotchka - You Love Me

Na noite em que perdi a carteira...

deixei as palavras correr. Escorreram-me pelos lábios em direcção ao chão. Em queda. Curvei-me para apanhar cada letra e construí um discurso, uma história. Outra história.
Abandonei-me perto daquela árvore. Fiquei encostada nela durante muito tempo. Ouvi a pulsação, o éter da vida que tudo tem. Em harmonia, deixei o meu coração bater, antes de o espetar num ramo. Só aí fechei os olhos e respirei pela primeira vez.
deixei as palavras correr. O sangue escorreu pelos lábios em direcção a ti. Estavas de olhos fechados, ausente. Não me viste a esbracejar, a cortar o ar com gritos. Apertei-te a mão contra espinhos de rosas; apertei-te a mão contra o espigão da árvore; apertei-te a mão contra mim... e aí doeu mais. A ti.

deixei as palavras correr e agora escondo-me atrás do muro. Vejo uma flor, breve e serena, a nascer. É tímida ainda e não tem pressa de viver. Invejo-a. Sei que amanhã vou voltar aqui e vou encontrar outra mão, despida, desenquadrada deste jardim. Vai ser essa mão que vai plantar uma nova árvore para mim. Podar os ramos, escolher as sementes, levar-me ao hospital. Não vou ver luz porque não preciso. Não vou falar porque não tem sentido. Vou deixar as palavras correr, perder metade de mim, dançar contigo pela noite, roubar momentos que são meus e vou-me encontrar, mais tarde, ao virar da esquina. Quem sabe... talvez me dirija um olá. Ou, simplesmente, vou fingir que nem me vejo.

2.3.07

Love Phobia


Fui ao Fantasporto hoje ver um filme sul-coreano. Uns chamaram-me de louca, outras de crente. Eu achei que, provavelmente, teriam razão. Mas enganei-me. E eles também.
Love Phobia retrata uma história de amor que dura praticamente vinte anos, de uma forma sublime. Consegue ser, simultaneamente, cómico e dramático. Descreve uma criança que tem de usar uma gabardina amarela para prevenir que uma maldição que tem desde que nasceu alastre a todas as pessoas que conhece. Todos têm medo dela, menos um menino... E vem-se a descobrir, mais tarde, com os meninos mais crescidos, que a maldição era muito mais que isso.
(e veio tão ao propósito da eterna discussão das relações)

Se tiverem possibilidade, por favor, vejam. Não se vão arrepender.

Devo dizer que estou oficialmente inscrita na JPR e activa no JUP.

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