25.7.09

"Pois"

"Her first expression was one of tension, which was not beauty. Just as anxiety dispersed the strenght of the body, it also gave to the face a wavering, tremulous vagueness, which was not beauty, like that of a drawing out of focus. (...) She was like an actress who must compose a face, an attitude to meet the day. The eyebrow pencil was no more charcoal emphasis on blonde eyebrows, but a design necessary to balance a chaotic assymmetry. (...) She must redesign the face, smooth the anxious brows, separate the crushed eyelashes, wash off the traces of secret interior tears, accentuate the mouth as upon a canvas, so it will hold its luxuriant smile. Inner chaos, like those secret volcanoes which suddenly lift the neat furrows of a peacefully ploughed field, awaited behind all disorders of face, hair and costume, for a fissure through which to explode."

Anais Nïn, A Spy in the House of Love
[+ Un Chien Andalou]

23.7.09

às vezes tenho a sensação que vivo uma vida nos meus dias contigo

pizza
pizza e mais pizza
acidente idiota
piscina
mojitos e caipirinhas
sardinhas
filmes e e!
amor e sexo
verdade e consequência
shot by shot
party animals
18 a francês
tarot terapêutico
"ela soube conversar"

17.7.09

22



When she was 22 the future looked bright
But she's nearly 30 now and she's out every night
I see that look in her face she's got that look in her eye
She's thinking how did I get here and wondering why


We'll see. Uh.

14.7.09

A burocracia das últimas semanas, em que sou estagiária mesmo já não o sendo



- Formulário da CCPJ preenchido;
- Cópia do Bilhete de Identidade;
- Fotografia tipo passe;
- Cópia do certificado de habilitações literárias;
- Documento comprovativo de que exerço jornalismo como ocupação principal, permanente e remunerada;
- Declaração de estágio dos dois órgãos em que estagiei;
- Documento autónomo que discrimina outros órgãos em que exerço a profissão e que contém anexos de trabalhos (como expresso na anotação 6 do Formulário);
- Cópia do comprovativo do pagamento do emolumento;
- Documentos comprovativos do início da actividade profissional como trabalhadora independente enquanto Jornalista/Repórter.

12.7.09

645

want to tell you that i love you 'cause i really do . want to give you the answers if you ask me to . want to leave your door for the last time . want to leave the floor for the first time . leave the boys, leave the girls, leave it all behind . trust your dreams, your thoughts, it's a matter of time . run right, run left, just don't look back . take this trip as your first step . 'cause the tears that we waste only make us blow . why we keep in repeat this antony song . "forgive me, forgive me, forgive me, forgive me" . you know i need you there . you know why i tried to be simple . i tried a lie . everything is perfect from there . and you know i need you there . why don't we try ? . and break all the rules . forget the lies . everything's perfect from there . you know i need you there.

9.7.09



História Trágica com Final Feliz
Regina Pessoa (2005)






At the Ends of the Earth
Konstantin Bronzit (1999)

6.7.09




















"Para mim chega."











5.7.09

O Sapato da Sogra

Doutor, tudo foi um repente, uma confusão. Ela era uma perita em banco de trás. Batons para um lado, sapatos para outro, como um sonho estranho. [...] Garanto-lhe que nem na tropa eu me tinha alguma vez servido de uma mulher da vida. Mas a curiosidade... [...] O pior, doutor, o pior ainda está para vir. Nem queira saber... É que no outro dia era sábado. Mas não era um sábado qualquer. A minha sogra fazia anos e tínhamos todos combinado ir almoçar ao Ginjal a uma tasquinha que tem umas sardinhas assadas e um tinto de se lhes tirar o chapéu. Lá nos metemos no carro, eu e a minha mulher à frente, a minha sogra e a minha filha Alexandra, atrás. Não é que durante o caminho eu vou sempre com uma mão no volante e outra, disfarçadamente a espiolhar, a tudo quanto chegava, não tivesse a galdéria do dia anterior deixado alguma coisa esquecida ali por baixo dos bancos? E que descubro eu? [...] Pois é, mesmo por baixo do meu banco estava um sapato. [...] Não é tarde nem é cedo - pensei - enquanto olhava o Cristo Rei, desviei num segundo o olhar para o lado oposto e disse: Já viram como as giestas estão tão amarelinhas desse lado? Elas a olharem, para ver onde estavam as giestas e zás, sapato janela fora. [...] Parei o carro junto ao restaurante do Ginjal, toca a sair toda a gente, menos a minha sogra. Ai, Tó Zé, tem que descobrir aí debaixo do seu banco onde é que o meu sapato foi parar, que eu tenho muita dificuldade em me curvar. O seu sapato? Qual sapato? Então não os trazia nos pés!? Não. São a estrear e o direito descalcei-o porque me estava aqui a moer um calo. O carro não tem buracos, tem de estar aí debaixo. Ainda por cima uns sapatos de pele de crocodilo que me custaram os olhos da cara.

("O Sapato da Sogra" de Eduardo de Brito Aranha
Ilustrações de Joana Silvestre)

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