31.10.08

Magalhães no chat do gmail

Sent at 12:30 PM on Friday

me: pah eu sonhei
ou hoje quando acordei
ouvi o Sócrates dizer que o Chávez tinha atirado um magalhães ao chão
e ele não se partiu?
Joana: LOL
me: e que todos os ministros tinham um magalhães
porque é um pc dos 7 aos 77?

me: porra é mesmo verdade
estou a ler no DN
“Sócrates explicou que se trata de um computador feito a pensar nas crianças, simples e
resistente, e até relembrou que "o Presidente Chávez o atirou um dia ao chão e não se partiu'”
Joana: .
me: o mais incrível é que isto parecia ser ridículo o suficiente para eu ter sonhado

Sent at 12:41 PM on Friday

29.10.08

António Lobo Antunes fala de Arquipélago da Insónia

"Se a gente quer escrever livros a sério tem de aspirar ao silêncio
e encher os livros de silêncio."

(eu sei que hoje estou a abusar e que o blog nunca viu tanto post,
mas pronto, vale a pena)

Escher, "Print Gallery", 1956


"...an amazing mind bending visual technique called the 'Droste Effect'
which is based on an uncompleted lithograph that Escher made in 1956.
The maths behind the lithograph was so complicated that Escher
was unable to finish the centre of the picture and so left it blank. "

Lykke Li & El Perro del Mar


SPLIT SERIES LYKKE LI & EL PERRO DEL MAR- DANCE DANCE DANCE
by lablogotheque



Ecos de uma Suécia que quebrou as temperaturas negativas.

(e a Lykke vem cá em Dezembro. Déjà vu ali ao lado com o Bon Iver)

Hoje CSS

Já dizia o outro, "Donkey é chato p’ra burro".

28.10.08

On the road


"If you read On the Road, it's a valentine to the United States," he says. "All this is pure poetry for almost a boy's love for his country that's just gushing in its adjectives and descriptions. You know, Kerouac used to say, 'Anybody can make Paris holy, but I can make Topeka holy.'"

27.10.08


I never meant to be the needle that broke your back
You were here, you were here, and you were here
Don't look back



Se a cidade do Porto tivesse voz,
seria a de Cat Power que se ouviria em cada rua.

24.10.08

É ir e ficar lá.

Sedutor, vil, apaixonado por ela (,) só,
amante da carne e do osso,
com fobias, corcunda, mau amigo, eterno,
amante de carne e osso.
[
até 31 de Outubro.
é ir.
já agora, sejam amigos da seiva.
]

23.10.08

Pasmei

Entrevista de Stefan Petzner à rádio pública ORF

Áustria: sucessor de Haider confessa que mantinha com ele "relação que ia para além da amizade"

(...) Porém, depois do acidente de automóvel que o vitimou, foi revelado que não só o líder populista – que foi durante muitos anos a face da extrema-direita austríaca – conduzia em excesso de velocidade, como tinha níveis de álcool no sangue quatro vezes superiores ao permitido. Ficou igualmente a saber-se então que Haider tinha passado as suas últimas horas de vida num bar “gay” em Klagenfurt, capital do estado do qual era governador. Petzner indicou ainda que Claudia, mulher de Haider há 32 anos e mãe das suas duas filhas, estava a par da relação entre os dois e não se opunha a ela.


ler mais aqui (Público)
"É a cultura, estúpido!"
"É a hipocrisia, estúpido!"

14.10.08

Deolinda


E eis que Ana Bacalhau volta para falar de tubas, luta operária e Lisboa, sempre Lisboa. São os Deolinda, com origem nos Lupanar, e futuro... será que interessa? "Vão sem mim que eu vou lá ter" gritava-se naquela tenda do Sudoeste, repleta de jovens imberbes com a puberdade a espelhar-se na cara. Ali estava a geração morangos juntamente com a rasca e com aquela outra, da Internet, unidos pelo som do Melro ou do fonfonfon. Precisamos de mais vozes assim, mais músicas assim, mais coisas que lembram saudade mas são pintadas de amarelo. Como o vestido, dela.

8.10.08

Maria José Morgado e Saldanha Sanches em entrevista na Pública do último domingo

Quiseram ser políticos?

S.S. - Não. Éramos revolucionários.
M.J.M. - Era a luta por um mundo melhor, com tudo o que isso implicava: liberdade, pluralismo…
S.S. - Mas éramos estalinistas. Com alguma crítica, mas aceitávamos o Estaline.
M.J.M. - E o Bando dos Quatro. Mas se quisermos coar isso tudo, e não é para nos safarmos, no fundo o que queríamos era o que temos hoje: liberdade.
S.S. - Não, liberdade não era um valor que nos interessasse. O que nos interessava era a justiça pura, não haver miséria… Quando deixei de acreditar naquilo, via uma pessoa a pedir na rua e ficava deprimido. Porque eu achava que tinha uma solução. Depois reparei que não havia solução nenhuma. Era uma coisa missionária, quase religiosa.
M.J.M. - Éramos muito frugais, vestíamos muito modestamente…
S.S. - Embora tomássemos banho… [gargalhada]
M.J.M. - Há coisas que nunca nos passaram. Nunca comprámos um carro. Eu não tenho carro, o meu marido não tem carro e a minha filha não tem carro.
S.S. - Também por mania, para não seguir toda a gente. Nunca foi nosso objectivo ganhar muito dinheiro. Pode haver aqui uma racionalidade burguesa: pensar na aurea mediocritas do Horácio e a partir daí estamos bem. Vejo gente a meter-se em negócios para comprar uma casa de campo gigantesca… São loucos! Vale lá a pena sujar a face, entrar em compromissos inaceitáveis, fazer coisas que devem moer lá na cabeça para comprar uma casa?

(...)

Estava psicologicamente preparada para a possibilidade de ser presa. Quando isso aconteceu, como reagiu?
M.J.M. - Fui presa por uma razão de delação. Dois estudantes, muito jovens, não resistiram à pancada e sob tortura falaram no meu nome. Não lhes levo a mal. Sou amiga deles.
S.S. - Resistiram bastante tempo.
M.J.M. - Mas depois falaram. A PIDE teve a prova de que eu fazia parte do grupo. Nessa altura já não estava em casa dos meus pais, estava na chamada clandestinidade. Tinha alugado um quarto.

Quem pagava o quarto?
M.J.M. - Eu, com o dinheiro que os meus pais me davam.
S.S. - O partido, se fosse preciso, também dava.
M.J.M. - Sim, mas era a minha mãe que me dava. Ao fim de um tempo, vinha para casa de uma reunião, de madrugada, e vi uns carros à porta. Eu vinha com uma incumbência: queriam que eu escrevesse uma coisa sobre “os novos revisionistas: cães de trela do social fascismo”! Já tinha escrito aquilo umas três ou quatro vezes e achavam sempre que estava mal. Rasgavam tudo, para que eu não pudesse aproveitar nada do que tinha feito. Vinha muito desgraçada da vida porque achava que nunca mais na vida ia ser capaz de escrever um texto que aprovassem. Cheguei a casa, bati à porta, vi a sala cheia de fumo e, quando o senhor me mostra o crachá, pensei cá para mim: “Olha que alívio, já não faço o texto sobre ‘os novos revisionistas: cães de trela do social fascismo’!”
Para ler integralmente nos Caminhos da Memória

Elogio ao amor por Miguel Esteves Cardoso

Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo.

O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.

Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.

Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?

O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor éamor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como nãopode. Tanto faz. É uma questão de azar.

O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.

O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."


(in Expresso)

6.10.08

À conversa com taxistas

Fruto da minha actual actividade profissional (será que se pode chamar assim?) tenho andado, dia sim, dia sim, a viajar de táxi. E há pérolas. Assim:

"- Então, o táxi é seu?
- Não! É do filho da puta do canceroso do meu tio. É canceroso, mas não morre, o cabrão. E só pensa em guito! Há uns tempos disse que ia arranjar alguém melhor que eu e tirou-me o táxi. E eu, "ala moleiro", que se faz tarde. Depois veio de joelhos pedir-me para voltar. E eu voltei. A minha mãe também diz "canceroso e só vê guito!"


E agora lembrei-me, por associação aos taxistas não ao conteúdo, de um post do Pedro Mexia, há uns tempos, no Estado Civil.
Uma resposta à pergunta «por que escreve?»

«Não me reconhece?», pergunta o taxista dois minutos depois de eu entrar no táxi. Não o reconheci. «Sou o taxista apaixonado», explica. Foi identificação bastante. Há uns dois anos apanhei um taxista que me contou que estava muito apaixonado e que precisava urgentemente de bibliografia. Achei graça, sugeri uns títulos e desejei boa sorte. Nessa noite, contei o episódio no blogue. O texto foi republicado no meu livro Prova de Vida, que o taxista me diz que encontrou por acaso numa livraria. Folheou-o e deu logo com a história do «taxista apaixonado». Comprou o livro. E ontem disse-me: «Mais ninguém sabe que sou eu que estou naquele texto, mas eu sei que sou eu».

2.10.08

Uframe


Lembram-se daquela curta com um nome "francês e pretensioso" ?

Pois bem, vai estar em competição aqui




1.10.08

Google Reader ali ->



Ora, a partir de hoje, e por tempo indeterminado, quando visitarem este cantinho não irão encontrar aquela listagem quase interminável de links. Agora podem ver aquilo que ando a partilhar via Google Reader (uma das melhores ferramentas do Google). O Google Reader é, basicamente, um leitor de feeds (RSS), que são coisinhas que avisam que um dado site foi actualizado sem o ter de o visitar. O Google Reader dispõe, assim, todos os feeds dos sites que o utilizador subscreveu (avisa-o quando são actualizados). Além disso dá para partilhar feeds com os amigos e vice-versa. Vá,quase partilhar links com os amigos.

É isto. É o primeiro post tecnológico que faço. Wow.

A.'s shared items in Google Reader