6.10.08

À conversa com taxistas

Fruto da minha actual actividade profissional (será que se pode chamar assim?) tenho andado, dia sim, dia sim, a viajar de táxi. E há pérolas. Assim:

"- Então, o táxi é seu?
- Não! É do filho da puta do canceroso do meu tio. É canceroso, mas não morre, o cabrão. E só pensa em guito! Há uns tempos disse que ia arranjar alguém melhor que eu e tirou-me o táxi. E eu, "ala moleiro", que se faz tarde. Depois veio de joelhos pedir-me para voltar. E eu voltei. A minha mãe também diz "canceroso e só vê guito!"


E agora lembrei-me, por associação aos taxistas não ao conteúdo, de um post do Pedro Mexia, há uns tempos, no Estado Civil.
Uma resposta à pergunta «por que escreve?»

«Não me reconhece?», pergunta o taxista dois minutos depois de eu entrar no táxi. Não o reconheci. «Sou o taxista apaixonado», explica. Foi identificação bastante. Há uns dois anos apanhei um taxista que me contou que estava muito apaixonado e que precisava urgentemente de bibliografia. Achei graça, sugeri uns títulos e desejei boa sorte. Nessa noite, contei o episódio no blogue. O texto foi republicado no meu livro Prova de Vida, que o taxista me diz que encontrou por acaso numa livraria. Folheou-o e deu logo com a história do «taxista apaixonado». Comprou o livro. E ontem disse-me: «Mais ninguém sabe que sou eu que estou naquele texto, mas eu sei que sou eu».

3 comentários:

joana disse...

é tão incrível não é, viajar de táxi
primeiro estranha-se
depois entranha-se
e depois já não há paciência para aturar o raisparta os gajos.

Agonia disse...

e já tiveste um encontro imediato com esse fantastico meio audiovisual que é a taxi tv?
dá as previsões metereológicas e inumeras curiosidades. é fabuloso, procura-a num taxi perto de ti.

A. disse...

Ainda não encontrei a taxi tv, com muita pena minha!

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