15.8.09

Até ao fim



Mas é assim o poema: construído devagar,
palavra a palavra, e mesmo verso a verso,
até ao fim. O que não sei é
como acabá-lo; ou, até, se
o poema quer acabar. Então, peço-te ajuda:
puxo o teu corpo
para o meio dele, deito-o na cama
da estrofe, dispo-o de frases
e de adjectivos até te ver,
tu,
o mais nu dos pronomes. Ficamos
assim. Para trás, palavras e versos,
e tudo o que
não é preciso dizer:
eu e tu, chamando o amor
para que o poema acabe.

[.jpg manuel vason
.mp3 recoil
.doc nuno júdice]

3 comentários:

Agonia disse...

só há poucas vergonhas neste blog.

tratadodebotanica disse...

este poema por acaso ja tem uma versao joanina ainda mais desvergonhado. beijinhosJ

Sputnik disse...

Sweet :)

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